17.11.05

Portugal dos cada vez mais pequeninos



Nada buge
Esta cagamerdeira na mexe
O cordame continua sem chio
O silêncio das almas quedas
Não há nada para pescar
Não há nada a tentar
Os timoneiros usam piloto automático

Os passageiros gostam
Mesmo que sintam uma penetração lenta mas firme ao fundo das costas

Ao fim de semana há futebol
De quando em vez há fado
Todos os anos há Fátima, sardinhas e verde

Cá nos amanhamos neste jardim de carvão de pinho e eucalipto

Futuro é o dia a dia. O telejornal da uma ou das oito
Esperança, o prato do almoço ou do jantar. Quiçás um jantar no shopping
Ambição, a prestação da casa ou do carro
Sonho, ganhar o campeonato de futebol
Fé, totoloto e euromilhões

A última hipótese
Romper
O cordão que nos prende ao glorioso passado pré-sebastianista
Implosão
Do Mosteiro dos Jerónimos

ales