28.2.06

Bai Alado

3.2.06

Escola de Milionarios (mas que sabem escrever no Word)


Que Portugal era uma escola de milionários já eu supunha. No entanto, estava longe de imaginar que teríamos o privilégio de ter um dos melhores professores mundiais nessa matéria.
Que as fortunas em Portugal eram, na maior parte, de origem duvidosa, ou, pelo menos, eticamente questionáveis, já eu sabia. O que eu duvido é que a fortuna do Bill Portas seja eticamente aplaudível.
Duvido ainda mais, salvaguarde-se porventura as intenções de alguns governantes bacocos, que a escola Bill Portas, venha a trazer algo de novo para Portugal.
Abundam, por esse país fora, capelinhas (catedrais também, não fossem as universidades prolixos apóstolos de GAtes) de ensino da Religião Windows e seus derivados: office, word, etc…. Ora esta é uma perspectiva totalmente errada de encarar o ensino das novas tecnologias. É errada e eticamente reprovável. Ou será que daqui para a frente a BMW vai vir para Portugal e ensinar os portugueses, não a conduzirem um automóvel, mas a dominarem um BM?
Ou será que um curso de dactilografia deve ser substituído por um curso de Word? Deixamos de aprender uma técnica e passamos a aprender uma ferramenta (tecnologia). É mais importante saber utilizar o Word, ou dactilografar uma carta, com as regras que se impõe e utilizando a tecnologia mais eficaz (Word da Microsoft, Word perfect da Corel, Word do NeoOfficej — Grátis, ou dezenas de outras ferramentas que cumprem os mesmos propósitos)? De que serve saber escrever uma carta no Word, mas cheia de erros ortográficos e gramaticais e mal estruturada?
Assistimos, em Portugal, a uma cega e estúpida substituição das técnicas pelas tecnologias (ferramentas). O Office, o Autocad, o Explorer, o Excel, tornaram-se referências únicas e exclusivas na elaboração de determinadas tarefas. Ora a tecnologia é importante, mas mais importante é saber utilizá-la e como utilizá-la.
Não importa a marca do martelo se o que queremos é martelar. Não importa a marca do processador de texto se o que queremos é escrever.
Importa sim é aprendermos a ser exigentes com nós próprios, mas também com os outros e aquilo que nos vendem. Ora a tecnologia da Microsoft é absurdamente cara face às alternativas existentes, esteve sempre atrás em termos de inovação.
É importante criar uma ESCOLA em Portugal que dê importância à aprendizagem das técnicas, das teorias, das tecnologias, mas também respeite os valores culturais e sociais intrínsecos.
É importante uma boa formação em matemática, em física, em mecânica, em cinemática, etc… É importante começar o mais cedo possível a cultivar o gosto pela lógica, pelo cálculo, etc….
Mas também é preciso que nos conheçamos e sintamos orgulhosos de nós próprios. Que saibamos respeitar o próximo e viver em sociedade, em partilha. Que saibamos desejar mais. Não em quantidade, mas em qualidade. É bom saber qual é o nosso lugar no mundo e conhecer quem nos rodeia. É bom e importante aprender história, filosofia, geografia. É, sobretudo, imprescindível conhecer o bom Português, mesmo que seja para o desconstruir e reconstruir em mensagens SMS, inteligentes e eficazes. É bom saber uma língua com tanto para ensinar.
As técnicas são sobretudo estas. Se as tecnologias ou as linguagens mudaram e evoluíram é preciso dominá-las. Mas o que interessa são as técnicas e a sua permanente melhoria, tanto tecnologicamente como culturalmente. Mesmo que para isso tenhamos que produzir a nossas próprias ferramentas. Se assim fosse, na verborreia ciber-nautica não faltaria o nosso querido ç (c de cedilha).
Por estes e por outros é que não acredito que o MIT, o Gates, etc… sejam uma aposta de futuro para nós (para eles de certeza que sim - o Gates garantiu umas "licencas" do Windows para novos ciber-alfabetos em Portugal).
Acredito sim, ainda e apesar de tudo, que os Portugueses são "massa" de primeira qualidade, com muito para dar e vender se estiverem no sítio certo (até aqui no estrangeiro). Então só é preciso fazer de Portugal o SÍTIO CERTO. Gente não falta. Mas neste assunto, e ao contrário de tudo o resto, o melhor é começar por cima (pelo telhado).
ales

17.11.05

Portugal dos cada vez mais pequeninos



Nada buge
Esta cagamerdeira na mexe
O cordame continua sem chio
O silêncio das almas quedas
Não há nada para pescar
Não há nada a tentar
Os timoneiros usam piloto automático

Os passageiros gostam
Mesmo que sintam uma penetração lenta mas firme ao fundo das costas

Ao fim de semana há futebol
De quando em vez há fado
Todos os anos há Fátima, sardinhas e verde

Cá nos amanhamos neste jardim de carvão de pinho e eucalipto

Futuro é o dia a dia. O telejornal da uma ou das oito
Esperança, o prato do almoço ou do jantar. Quiçás um jantar no shopping
Ambição, a prestação da casa ou do carro
Sonho, ganhar o campeonato de futebol
Fé, totoloto e euromilhões

A última hipótese
Romper
O cordão que nos prende ao glorioso passado pré-sebastianista
Implosão
Do Mosteiro dos Jerónimos

ales

18.8.05

Nova era

Portugal anda necessitado de ideias novas, gente nova, hábitos novos,… vanguardismo.
Toda a escolástica política, tanto de direita como de esquerda, já fede.
Onde pára o D.Sebastião (simbolo da esperança portuguesa)? Duvido que seja aquele que voltou do Quénia. Tenho a certeza que não é aquele que já o pretendeu ser (aquele que para decidir se é candidato presidencial se desdobra em pré-presidências abertas sobre se deve ser ou não candidato). Nem é aquele que tem a certeza que o é e raramente tem dúvidas de que o será (está calado mas espera morder).
Parabéns ao Manuel Alegre, que, no meio de tanta artimanha fedorenta, sacou da sua honestidade e candidatou-se a candidato à presidência da república mesmo sem o apoio do establishment (seja ele partidário ou institucional). Espero sinceramente que seja O Candidato a ser eleito. Portugal precisa. Portugal merece. Gente de Valor. Independente.

ales

21.7.05

Continuamos

Curtos de ideias. Longos de pasmo. Quedos no conformismo. Eufóricos na miséria. Tristemente alegres… em suma: Portugueses.

ales

7.4.05

Estou com "fome"

Não é por nada, mas a fome é aquilo que nos pôes cegos. Com ela não vemos, nem a vemos.
Enquanto se passa a fome, esperamos por um naco.
O vazio é a fome, asim, o siléncio de quêm nada têm para dizer. O silênciop dos povos!

5.4.05

Desperado

Já passaram lustres e nada de nada. O mar está calmo. O barco não mexe. O cordame nem chia.
Será que os ditos revolucionários, os interventores, os 10ASSOSSEGADOS, os inquietos, os irrequietos, os irreverentes, os irras todos... estão reformados, ou então acomodados às revoluções gravadas em filme ou relatadas em livro, ou, até, valha-nos quem puder, ao noticiário da TVI?
Espero ansiosamente que algo mexa por essas bandas. Algo que afogue a secura desta pasmaceira (O Sahara é uma praia mediterrânica).
Imperam os espertos, os audazes de polichinelo, os habilidosos, os esguelhas, os cobradores de comissões (por decisões) e até o sabedores de factos irrelevantes, mas importantes para entreter a manada. Não há lugar para os criativos, os eloquentes, os sábios, os éticos ou deontológicos. Não há espaço para o idealismo.
Há uma crise de valores, sim. Não de dogmas, doutrinas ou credos. Mas de inteligência, de liberdade, de responsabilidade.
Precisamos acreditar que o planeta é de todos. Principalmente dos que estão por vir. E temos o dever de os acolher no melhor mundo possível.
Mexam-se. Criem. Com responsabilidade e inteligência. Com Amor.

ales